segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

COMO RECUPERAR SEUS CD'S

Não há companheiro maior do que aquela “coletânea de sucessos” em MP3 feita em casa. Aquela mesma que reúne o que há de melhor na discoteca pessoal e que acumula as funções de desestressar o ouvinte, proteger a integridade física dos CDs originais, evitar os porta-CDs e manter um back-up dos discos que, às vezes, são a única lembrança dos originais. Mas o estresse vem em dobro quando o leitor de CDs se recusa a tocar os arquivos de músicas. Ou seja, adeus coletânea.

Os motivos da perda das informações são diversos. Desde arranhões, mofo e descascamento da camada refletora da mídia até o fim da vida útil do disco, que muitas vezes não dura mais que seis meses, embora devesse servir sem defeitos por 100 ou mais, pelo menos pelo que dizem os fabricantes. Na realidade, um disco gravável tem em média cinco anos de vida se for bem-cuidado e, principalmente, se a mídia for de boa qualidade.

Para identificar uma boa mídia, a primeira característica é o preço. No caso dos CDs graváveis, o barato muitas vezes sai caro. Isso porque discos vendidos “no pino”, ou seja, em pacotes de 50 ou 100 unidades, por menos de R$ 1 por mídia, são descartáveis. Feitos para atender rápido à demanda do mercado, é como se esses discos fossem sacolas onde o usuário pode armazenar seus dados enquanto não os guarda no armário. Esse tipo de CD geralmente se deteriora em questão de meses, com o problema mais freqüente sendo o desgaste na camada metálica.

O pastor Bruno Montarroyos, 26, foi uma das vítimas dos CDs de baixa qualidade. Ele perdeu dezenas de discos com back-ups de suas bandas preferidas. “Não sei o que era aquilo, talvez mofo. Foram aparecendo uns buracos no CD inteiro”, conta o pastor, que usou pasta de dente para retirar arranhões e até tentou passar verniz para artes plásticas. Sem sucesso, claro. “Vi na internet um processo para envernizar o disco e aumentar a durabilidade. Passei o spray com verniz, mas acho que não deixei secar direito. Um carro que vendi recentemente foi para o novo dono com um desses discos, que ficou preso no CD player. Como uma radiola de ficha, mas com um único disco”, brinca. Os técnicos recomendam: o uso de vernizes não é recomendado. O composto pode danificar ainda mais o disco.

O segundo fator é a cor da mídia, que é referência ao tipo de material utilizado na camada de gravação. O disco é um sanduíche de duas camadas acrílicas com uma camada de material orgânico na qual são armazenados os dados. Os vários materiais usados no composto, mais o metal utilizado na camada refletora, como alumínio, cobre, prata e ouro, é que dão o tom, a cor e a qualidade da mídia. A olho nu é muito difícil identificar a qualidade do disco, mas softwares como o CD-R Identifier podem ajudar o usuário na hora de escolher que marca de CD-R utilizar e para que tipo de uso ele é mais indicado.

Mas não há escapatória. Chega uma hora em que o disco já não é mais lido, aparecem manchas que insistem em não desaparecerem. Por ser orgânica, a camada de armazenamento se deteriora com facilidade. Suor, umidade, luz e até calor podem causar o desgaste acelerado. Mas ainda há esperança. Programas como o Isobuster lêem o disco mesmo se o Windows não reconhecer a mídia. Outros como o CD Data Rescue chegam a recuperar as informações deletadas em discos considerados perdidos.