quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Snoop Dogg - O Gangsta agora faz Hip Hop descompromissado



Sem se preocupar com rótulos ou formatos, o gangsta rapper mais popular do planeta experimenta em seu 9º álbum – Ego Trippin’ - várias tendências inusitadas ao longo desse novo e muito bom trabalho.


Tomando rumos anteriormente inimagináveis, Snoop gravou faixas como “My Medicine”, que homenageia o megastar country Johnny Cash, que o rapper chama de "um verdadeiro gangsta americano". Ainda no campo das estranhas experiências, surge “Cool”, um encontro entre The Time e Prince em que o Doggfather entra numa de vocalista (nada de rap) à la Minneapolis.


A razão de comentar essas duas autênticas maluquices de Snoop Dogg é o fato de que o atual hit de Ego Trippin', “Sensual Seduction” é uma canção bem diferente das que marcaram sua carreira. A faixa, na versão álbum, tem Snoop novamente tirando onda de vocalista durante três minutos e cinco segundos dentro de um tempo total de quatro minutos! Por outro lado, “Sensual Seduction” vem marcando presença em rádios e clubs, recebendo remixes em vários estilos da e-music.

Ne-YO: O gentleman do R&B, do Pop, das pistas, dos artistas... Da música atual!


Com dois discos lançados e o terceiro com data marcada para chegar ao Brasil agora em outubro, Ne-Yo mostra a evolução do seu som. Apenas com o primeiro single deste novo CD, o hit “Closer”, ele deixa transparecer sua tendência para outros estilos, incorporando, por exemplo, o House ao som que já estávamos acostumados a ouvir com a sua assinatura. Ne-Yo não gosta de rótulos e muito menos de receber ordens quanto ao tipo de som que deve elaborar. Ele afirma que a cena musical é muito maior e que não há limites. Aliás, seguindo os passos de Michael Jackson (como ele mesmo gosta de frisar), Ne-Yo vem ao mundo dizer qual é o seu papel na música: compor, cantar e dançar. Tudo isso não necessariamente nesta ordem, mas ele já adianta: “irei compor até morrer”.


Com faixas interpretadas por grandes artistas, tais como Beyoncé (“Irreplaceable”) e Rihanna (“Unfaithful”), o jovem Shafer Smith, 29, mostra que já tem conhecimento suficiente para fazer jus ao sucesso conquistado pelo mundo. E também ao apelido recebido por um amigo que diz que, tal qual em Matrix, Ne-Yo tem a habilidade de “ver” música.


No novo disco, que leva o nome de “Year of The Gentleman” (“O Ano do Cavalheiro”), ele ressalta detalhes que deixaram de ser praticados pelos homens e, que para ele, são essenciais – sonho de boa parte das mulheres.


Em entrevista exclusiva feita por telefone, Ne-Yo revela novidades do próximo álbum, além de contar como entrou para a música e a vontade (que ainda não tem data para ser realizada) de vir ao Brasil. Confira bate-papo.


Quais foram seus primeiros passos na música?

Ne-Yo • Quando decidi que seguiria na música, eu fazia parte de um grupo de cantores de R&B, em Las Vegas, com mais três amigos. Era bem na época que eu tinha acabado o colegial. Tivemos que trabalhar mais do que imaginávamos, e tivemos que sair dos nossos trabalhos para seguir com o projeto. Viajamos para vários lugares e fomos apresentados a muitas pessoas. Quando conhecemos um cara que tinha uma produtora e trabalhava com um grupo, o Youngstown, ele nos disse que, se nós escrevêssemos músicas para o grupo dele, ele nos ajudaria a fechar um contrato. Essa foi a minha primeira experiência de compor para outras pessoas.


Quantos anos você tinha nessa época?

• Eu estava com uns 18, 19 anos. Mas se passaram quase dois anos até chegar à gravadora que o manager do Youngstown nos indicou. Minha idéia original sempre foi de ser cantor e compositor, e foi isso que tentei fazer lá. Mas eles eram muito controladores: queriam mandar no meu jeito de fazer música, quem eu deveria ser, que tipo de som eu escreveria, que roupa usaria, quais produtores eu poderia ou não trabalhar... Basicamente eles queriam me manipular como se eu fosse um robô. Eu fiquei na “geladeira” por dois anos e depois eles me deixaram ir. E foi aí que eu quis focar na carreira de compositor, porque eu tinha concluído: “se isso é ser artista, eu não quero ser artista”. Compondo, eu vi uma nova perspectiva. Minha primeira faixa “Top1” foi com Mario – “Let Me Love You”, e eu acabei fazendo outras músicas e dei para alguns artistas para ver o que acontecia.


De que forma os artistas da “old-school” influenciaram na sua música?

• A inspiração veio basicamente de Michael Jackson. Esse é um artista que eu estudei verdadeiramente e aprendi como cantar. Outra influência foi Sammy Davis Junior, que era um autêntico “entertainer”, com uma ótima performance de dança, de atuação; e isso são coisas que me inspiram, são fatores que te fazem um artista melhor. Estar em cima de um palco cantando, qualquer pessoa pode fazer. Mas eu quero dar o show, quero que o público se emocione com minha performance.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Vila Mimosa

Atire a primeira pedra quem nunca teve curiosidade de conhecer a Vila Mimosa, a histórica zona de prostituição da cidade.
Quase todo mundo já ouviu falar nela no Rio de Janeiro, mas a maioria das mulheres nunca teve coragem ou oportunidade de conferir.
Com mais de 80 anos de existência e atraindo mil visitantes por dia, a zona está longe de envelhecer e já entrou na Era de Informática: há um ano e meio, estreou na Internet o site da Vila Mimosa, link aqui: VM, auto-intitulado o "cartão postal secreto" do Rio.
No site, bem comportado para os padrões da Vila, o internauta encontra a história da zona, um mapa de localização, fotos da década de 70 e atuais, e também das meninas em sessões de bronzeamento artificial e numa academia.
Segundo a M2BR, empresa que criou e hospeda o site, a média ainda é de 15 mil visitas por dia, sendo 30% dos acessos vindos do exterior.Tanta curiosidade não é para menos. Com uma receita bombástica, que mistura boemia, sexualidade e proibição, a Vila Mimosa já recebeu clientes célebres – entre eles o poeta Manuel Bandeira, descrito no site como um dos mais assíduos freqüentadores – e também foi muito perseguida.
Após duas mudanças de endereço por ordens do governo, ela funciona hoje na Rua Sotero dos Reis, pertinho da Praça da Bandeira (Zona Norte do Rio).E é muita mulher junta. Para se ter uma idéia, ninguém sabe ao certo o número de prostitutas que trabalham na vila. O rodízio de meninas é muito grande. Tem umas que trabalham só de dia e outras só à noite."É impossível contar, porque a cada dia umas vão embora e outras novatas chegam. Só sei que são muitas", diz Cleide Nascimento de Almeida, 39 anos, que tem um título bem comprido: é coordenadora de projetos de DST/ Aids da Associação dos Moradores, Condomínios e Amigos da Vila Mimosa (Amocavim).
Cleide conta que a mesma dificuldade de contagem acontece em relação ao número de visitantes. "Tem dias em que passam mais de dois mil homens por aqui", afirma.A cara da vilaPara visualizar o lugar, imagine uma vila com casas bem ao estilo dos subúrbios cariocas. Agora coloque ruas bem estreitas, onde não passariam um carro. Em cada imóvel de dois andares, em vez de uma porta, um portão aberto com um bar e luz em neon vermelho ou azul atrás do balcão.
E agora coloque um teto de zinco em todas as construções. Esta é a Vila Mimosa, composta por 70 sobrados, uns colados aos outros e com corredores cobertos, formando uma edificação parecida com um shopping: quando se está lá, não dá para ver o céu. Não se sabe se é noite ou dia, se chove ou faz sol.


No primeiro andar ficam os inferninhos: bares e pequenas discotecas com 30 metros quadrados, em média. Nos andares superiores estão os cômodos, onde os clientes são atendidos. Em geral, cada casa possui 10 quartinhos.

Por tradição, não é permitido que travestis ou garotos de programa trabalhem na vila. A rua é barulhenta, cheia de gente e efervescente, e lembra o burburinho da Rua da Alfândega, ponto comercial bastante popular do Rio.

São mulheres dançando, caminhando languidamente, ou paradas, conversando com clientes. Elas estão sempre seminuas, com lingeries ousadas ou microshorts cavados. Muitas se enfeitam e usam maquiagem, saltos altos e roupas elaboradas.

Outras, poucas, não ligam para o visual e parecem entediadas ou forçadas a cumprir uma rotina indesejada.

A Vila não tem horário de funcionamento: o movimento é 24 horas por dia, sem parar. Não existem folgas, feriados, férias ou dias santos.

"Os clientes aparecem o tempo inteiro. Tem gente que só pode vir de manhã, outros à tarde, à noite, de madrugada, a qualquer hora", conta Cleide. No meio da confusão de meretrizes e clientes, se encontram turistas e curiosos, misturados a ambulantes vendendo doces, balas, bijuterias, maquiagem e roupas.

Casa e batalha

Além de local de trabalho, a vila serve de moradia para muitas garotas. Geralmente o motivo é evitar deslocamentos: a distância entre a residência e a "zona", como elas mesmas chamam, costuma ser grande.

Alessandra Camilo (foto), de 22 anos, mora e trabalha na vila de terça a sábado. De domingo a segunda, volta para casa na comunidade Fazendinha, em Inhaúma, para ficar com o filho Eduardo, de 4 anos.

"Quando estou na vila deixo o meu filho com uma senhora que cuida dele, já que o pai não ajuda em nada. Trabalho aqui para dar um futuro melhor para o Eduardo", conta.

Antes de ir para lá, Alessandra não tinha emprego. Semi-analfabeta, estudou apenas até a segunda série do ensino fundamental, e tem dificuldades para assinar o nome.

Era sustentada pela mãe, que fazia abortos clandestinos, até conhecer o pai de Eduardo, com quem foi morar. Há um ano a mãe morreu e Alessandra já tinha se separado do pai de Eduardo.

"Das poucas vezes em que consegui trabalho, não me pagavam nem um salário mínimo. Eu não tinha como sustentar o meu filho só com aquilo. Aqui chego a ganhar mais do que isso por semana", justifica.

O dinheiro também foi o que motivou a ida de Elaine Félix dos Santos, 19 anos, para a prostituição. Moradora de Belford Roxo, na Biaxada Fluminense, ela trabalhava como doméstica. Com sete irmãos, precisava de uma renda melhor para ajudar a mãe, e foi parar na zona aos 16 anos. Como Alessandra, ela também só estudou até a 2ª série.

Elaine diz que quer sair da prostituição um dia, e não tem boas histórias para contar. A lembrança mais recente é a de um cliente que, em meados de agosto, apontou-lhe uma arma para o rosto porque ela não quis fazer um programa com ele.

"O pessoal separou, os seguranças tiraram ele daqui, mas eu fiquei com muito pavor. Pode ser que um dia aconteça de verdade, que não dê tempo. Viver aqui é horrível", desabafa.

Na hora da segurança, tanto as prostitutas quanto Cleide fazem questão de ressaltar a diferença dos gerentes de casas da vila para os gigolôs e cafetinas comuns.

Todas garantem que as profissionais do sexo são livres para escolher se querem ou não fazer um programa, se vão ou não fazer um serviço com um determinado cliente, além de cada uma trabalhar apenas quando quer.

"Ninguém me obriga a nada. Só a polícia daqui que entra armada ameaçando a gente, e querendo programa de graça. Aí eles maltratam os gerentes também", denuncia Alessandra.

Mas a convivência entre prostitutas e gerentes, segundo elas, é amigável. Os proprietários se associam às meninas: elas oferecem uma certa "fidelidade" à casa, e recebem em troca segurança, descontos no aluguel dos quartinhos e as próprias acomodações.

Para os donos, quanto mais mulheres o local tiver para oferecer, e mais bonitas, mais clientes para beber e comer nos bares. Além disso, os gerentes alugam os quartinhos por R$ 5 por programa.

Muita inveja

As opiniões sobre a vida na vila divergem bastante. Para Alessandra, o dia-a-dia na zona é sofrido. "A gente tem que aturar muito homem abusado, violência e morte. Não existe união entre as garotas, rola muita inveja.

Se eu tivesse outra oportunidade de trabalho, sairia", desabafa. Alessandra cobra R$ 20 por um programa de 20 minutos. Segundo ela, o lucro por semana varia de R$ 350 a R$ 400.

Já para Jessica, 20, que "batalha" na vila há 1 ano e meio, o clima de trabalho é muito divertido. "Tenho muitas amizades e aqui eu consigo me distrair. É bem legal", afirma. Mãe de Iago Gabriel, de 8 meses, ela trabalha na vila de segunda a sexta.

O bebê fica com a avó, em Nova Iguaçu. Jessica não esconde a profissão de ninguém: "Toda a minha família sabe. E eu dou graças a Deus por ter um trabalho, poder me sustentar e não passar fome".

Independentemente das frustrações, as prostitutas também amam e a maioria já viveu seu dia de "uma linda mulher", como na história protagonizada pela atriz Julia Roberts no cinema.

Quando o assunto é amor, o comentário é praticamente o mesmo: muitas já se apaixonaram por um cliente.

A prostituta Vera, 24, que trabalha há dois anos na vila, conta que mantém um relacionamento de pouco mais de um ano com um empresário que conheceu no trabalho. "Ele até paga o meu aluguel. Minha mãe adora ele e a minha filha mais velha chama ele de pai.

Eu sou apaixonada, ele é o homem da minha vida", suspira. Ao mesmo tempo, o amor não significa aposentadoria da prostituição. "A gente se gosta mas ele é casado, então cada um leva a sua vida. Estamos bem assim", resume.

Alessandra conta que também manteve um relacionamento de sete meses com um cliente paulista. Segundo ela, o namorado a convidou para morar em São Paulo, mas ela não aceitou.

"Eu estava cheia de problemas com os documentos do meu filho, e por isso não tive como ir. Mas eu amava ele", simplifica.

A Vila e sua história

Não há uma data oficial para o surgimento da vila, mas sabe-se que aconteceu na primeira década do século passado e funcionava na Rua Pinto de Azevedo, no bairro do Mangue, no Estácio (Zona Norte).

Demolida pela Prefeitura, que construiu um centro administrativo no local, a vila se mudou para a rua Miguel de Frias, no mesmo bairro, já nos anos 1920. E lá permaneceu por 75 anos.

Em 1994, o Estado tombou o antigo prédio da TV Rio, vizinho da Vila. E aí começou uma batalha judicial que culminou, no ano seguinte, com a transferência para o atual endereço.

Com a chegada das garotas, algumas famílias que já moravam na região se sentiram incomodadas. Há relatos de que algumas prostituas chegaram a ser agredidas físicamente.

Foi aí que surgiu a Amocavim, cujo objetivo é colocar ordem na casa, oferecendo segurança para as pessoas que trabalham e freqüentam a Vila Mimosa.

A iniciativa já transformou em realidade antigos desejos das prostitutas: hoje a zona possui um salão de beleza, uma sala de bronzeamento artificial e um consultório dentário - e está prevista ainda a inauguração de uma agência bancária.

Para comemorar, a associação organizou, no ano passado, a primeira edição do concurso "Gatinha Mimosa".

A idéia era valorizar a auto-estima das meninas, já que as prostitutas geralmente são vaidosas e a aparência conta muitos pontos para o sucesso na profissão.

"Antes de desfilar, a gente foi ao salão de beleza para ser maquiada. Foi muito divertido", conta Vera, que ficou em terceiro lugar. Em outubro, a Amocavim promete inovar e realizar também o concurso Beleza Negra.

E mais: como associação, a Amocavim conquistou a possibilidade de diálogo e um certo respeito no tratamento com a prefeitura e a polícia.

Rell Kama Sutra - Vem Substituta

Mimosas por Profissão


A Vila Mimosa, histórica zona de prostituição do Rio de Janeiro, tem mais de 80 anos de existência e atrai em torno de mil visitantes por dia", Sandra Delgado.
A vila é composta por 70 sobrados, que possuem bares-boates nos andares térreos e quartos, nos andares superiores.A Associação dos Moradores, Condomínios e Amigos da Vila Mimosa (Amocavim) é hoje responsável pela coordenação de projetos de DST/ Aids junto às profissionais do sexo.
Ela realiza, dentro da Vila, palestras sobre doenças sexualmente transmissíveis e Aids, com distribuição de panfletos informativos e camisinhas.












terça-feira, 16 de setembro de 2008

sexta-feira, 1 de agosto de 2008